sábado, 27 de julho de 2013

Flores e polinizadores I


A variedade de formas, cores, tamanhos e aromas das flores são adaptações desenvolvidas pelas plantas em resposta aos polinizadores disponíveis. Cada morfologia reflecte a estratégia vencedora, aquela que teve mais sucesso no transporte de pólen pelos respectivos vectores.

 
A posição dos estames quase sempre permite adivinhar o tipo de polinizador. Estames muito salientes como se encontram nos carvalhos (Quercus sp.) e na tanchagem maior (Plantago major), podem indicar que o vento é o polinizador enquanto estames mais curtos indicam outro tipo de polinizador, que irá pousar e deslocar-se para dentro da flor. Esta última associação entre plantas e polinizadores, construída no longo caminho da evolução, uma co-evolução, baseia-se no mutualismo. As plantas beneficiam porque o pólen é transportado de flor em flor e os polinizadores são recompensados com pólen e /ou néctar presentes nas flores visitadas. 

                               Quercus sp.                                                   Plantago major 

A flor das chagas, Tropaeolum majus, apresenta marcas em algumas pétalas e um esporão que se desenvolve a partir do pedúnculo. Na região de origem, a planta é polinizada por ‘colibris’, cujos bicos se introduzem no esporão para alcançar o cobiçado néctar.


Pelo contrário, existem flores que exalam outro tipo de odores, em algumas lembrando carne putrefacta. Nas espécies de Stapelia (1) e Aristolochia (2), os vectores de polinização são moscas, atraídas pelo cheiro nauseabundo. Mesmo a cor da corola mimetiza a cor da carne. 
(I. Melo)

                    (1)                                                      (2)